quarta-feira, 26 de março de 2008

AMIGO 6/12/87 - domingo

Existem palavras que
por um motivo ou outro
nunca foram ditas.
São as palavras
caladas
Que soam dia e noite
através do tempo-espaço
em toda a minha pessoa.
São sentimentos com qualquer coisa de
proibido-oculto ou, até mesmo,
ilógico incoerente.
São sentimentos sentidos.
Às vezes adormecidos
às vezes doídos.
São palavras ousadas
que jamais serão pronunciadas e
nem mesmo, pensadas.
São palavras sentidas
sufocando e desgastando
ao mesmo tempo em que
vão preencher o vazio das horas
que passam e não marcam
ocultos sentimentos sentidos
em toda a extensão do meu corpo.
A cada momento percebo
que não consigo distinguir nada mais.
Torna-se uma obsessão decifrar
o enigma do caos que envolve minha vida.
Torna-se a dor constante da espera indecisa.
Torna-se cúmplice a mágoa da dúvida do não saber.
O não saber.
O não adivinhar
o não querer ou o temer?
Ilusão. Tudo, amigo?
Que é sentir o que todos sentem?
O que vem depois de tudo?
Que necessidade de estar perto,
em qualquer ocasião, qualquer lugar,
nos aproxima?
Será um ciclo que se repete?
Será algo que se inicia?
Não sei... é tudo o que sei.
Talvez perca tempo em divagações,
em considerações sobre o ser e o não ser.
O tempo não é tempo perdido. Ou é?
As estações... elas mudaram.
"E nada mudou pois,
quando penso em alguém
só penso em você
e aí, então,
estamos bem."

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