sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Gotas de Filosofia

Tenho andado sumida... minha mente anda fervilhando e eu, como DDA, não tenho conseguido dar vazão e encontrar o equilibrio.

Também tenho tido problemas com o micro, falta de foco, trabalhos na faculdade e etc.

Mas, ao fazer uma pesquisa sobre ética para um desses trabalhos, encontrei algumas coisas interessantes.

Uma delas foi " Pequeno tratado das grandes virtudes", de André Comte-Sponville (http://br.geocities.com/mcrost04/index.htm)

O texto não está formatado, a leitura é cansativa mas, vale a pena.

Coloco aqui um trecho de uma das virtudes... aliás, uma que o autor colocou como última mas, que na minha opinião, deveria ser a primeira, pois é o que move o mundo...



http://br.geocities.com/mcrost04/pequeno_tratado_das_grandes_virtudes_19.htm
"O amor:

... Para o casal é outra história.
Que há casais fiéis e outros não, é uma verdade de fato, que não parece, ou já não parece, atingir o essencial.

Pelo menos se entendemos por fidelidade, nesse sentido restrito, o uso exclusivo, e mutuamente exclusivo, do corpo do outro.

Por que só amaríamos uma pessoa? Por que só desejaríamos uma pessoa? Ser fiel a suas idéias não é (felizmente!) ter uma só idéia; nem ser fiel em amizade supõe que tenhamos um só amigo.

Fidelidade, nesses domínios, não é exclusividade.

Por que deveria ser diferente no amor? Em nome do que poderíamos pretender o desfrute exclusivo do outro? É possível que isso seja mais cômodo ou mais seguro, mais fácil de viver, talvez, no fim das contas, mais feliz, e, enquanto houver amor, até acredito que seja. Mas nem a moral nem o amor parecem-me estar presos a isso por princípio.

Cabe a cada um escolher, de acordo com sua força ou com suas fraquezas. A cada um, ou antes a cada casal: a verdade é valor mais elevado do que a exclusividade, e o amor me parece menos traído pelo amor (pelo outro amor) do que pela mentira.

Outros pensarão o contrário, talvez eu também, em outro momento. Não é isso o essencial, parece-me. Há casais livres que são fiéis, à sua maneira (fiéis ao seu amor, fiéis à sua palavra, fiéis à sua liberdade comum…).

E tantos outros, estritamente fiéis, tristemente fiéis, em que cada um dos dois preferiria não o ser… O problema, aqui, é menos a fidelidade do que o ciúme, menos o amor do que o sofrimento. Não é mais meu tema. Fidelidade não é compaixão. Serão duas virtudes? Sem dúvida, mas, justamente: são duas. Não fazer sofrer é uma coisa; não trair é outra, e é o que se chama fidelidade.

O essencial é saber o que faz com que um casal seja um casal. O simples encontro sexual, por mais repetido que seja, não bastaria evidentemente para tanto. Mas também não a simples coabitação, por mais duradoura que seja.

O casal, no sentido em que uso a palavra, supõe tanto o amor como a duração. Supõe, portanto, a fidelidade, pois o amor só dura sob a condição de prolongar a paixão (breve demais para fazer um casal, suficiente para desfazê-lo!) por memória e vontade.

É o que significa o casamento, sem dúvida, e que o divórcio vem interromper. Se bem que… Uma amiga minha, divorciada, depois recasada, dizia-me que permanecia fiel, em alguma coisa, a seu primeiro marido. “Quero dizer”, explicou-me, “ao que vivemos juntos, a nossa história, a nosso amor… Não quero renegar tudo isso.”

Nenhum casal, com maior razão, poderia durar sem essa fidelidade, em cada um, à sua história comum, sem esse misto de confiança e de gratidão pelo qual os casais felizes (há alguns) se tornam tão comoventes, ao envelhecer, mais até que os namorados que começam, que, na maioria dos casos, ainda não fazem mais que sonhar seu amor.

Essa fidelidade me parece preciosa, mais que a outra, e mais essencial ao casal. Que o amor se aplaque ou decline, é sempre o mais provável, e é bobagem afligir-se com isso. Mas quer se separe, quer continue a viver junto, o casal só continuará sendo casal por essa fidelidade ao amor recebido e dado, ao amor partilhado e à lembrança voluntária e reconhecida desse amor.

Fidelidade é amor fiel, dizia eu, e assim é também o casal, mesmo o casal “moderno”, mesmo o casal “livre”. A fidelidade é o amor conservado ao que aconteceu, o amor ao amor, no caso, amor presente (e voluntário, e voluntariamente conservado) ao amor passado. Fidelidade é amor fiel, e fiel antes de tudo ao amor.

Como eu poderia jurar que sempre te amarei ou que não amarei outra pessoa? Quem pode jurar seus sentimentos? E para que, quando não há mais amor, manter a ficção, os encargos ou as exigências do amor?

Mas isso não é motivo para renegar ou não reconhecer o que houve. Por que precisaríamos, para amar o presente, trair o passado? Eu juro não que sempre te amarei, mas que sempre permanecerei fiel a esse amor que vivemos.

O amor infiel não é o amor livre: é o amor esquecidiço, o amor renegado, o amor que esquece ou detesta o que amou e que, portanto, se esquece ou se detesta. Mas será isso ainda amor?
Ama-me enquanto desejares, meu amor; mas não nos esqueça."


Achei de uma poesia as palavras que descreveram exatamente como eu penso a respeito.
Enfim..

Como já bem disse Paulo Coelho:

"Tentando controlar a alma.
Muitas vezes achamos que podemos controlar o amor. E, neste momento, nos surpreendemos fazendo uma pergunta completamente inútil: "será que vale mesmo a pena?"

O amor não respeita esta pergunta. O amor não se deixa avaliar como uma mercadoria. Um dos personagens da peça "A Boa Alma de Setzuan", de Bertold Brecht, nos fala da verdadeira entrega:

"Quero estar junto da pessoa que amo.
Não quero saber quanto isto vai me custar.
Não quero saber se isto vai ser bom ou ruim para minha vida.
Não quero saber se esta pessoa me ama ou não.
Tudo que preciso, tudo que quero, é estar perto da pessoa que amo."

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Necessidades x Desejos

Muitas vezes travamos uma luta interior sobre o que achamos que queremos, o que achamos que precisamos, o que achamos que desejamos e, quando recebemos alguma coisa, nem sempre ficamos satisfeitos.

Dependendo daquilo que pensamos querer, quando não conseguimos, fica um sentimento de frustração que vai nos amargurando e impedindo que vejamos o lado positivo das coisas.

Sempre digo que devemos tentar ver que o copo está meio-cheio, ao invés de meio-vazio.

Tentar focar nas boas coisas que temos no agora, por mais simples que possa parecer, é um exercício cansativo.

Já tentou pensar numa coisa e outras ficarem atrapalhando o seu raciocinio?

Pois é. Saber pensar é importante. saber querer também.

Agora, saber receber de braços abertos todas as situações de nossa vida é algo simplesmente desafiador, que exige uma força de vontade que nem sempre temos.

Estou divagando simplesmente...

sábado, 13 de setembro de 2008

Menino - escrito em 1987


Quando Saturno começa seus transitos é um problema... rsrrs... desencavei esse poema, sie lá pq ele "pulou"dos meus arquivos. Como nada acontece por acaso ... rsrsrs

MENINO...

Quando dizes "pensa"... ponho-me a pensar.
Quando dizes "age e vai à luta"
tenho ânimo para conquistar um mundo.
"O que sinto, antes do mais,
é o que todo mundo sente...
carência, afeto, carinho etc."
A partir de tuas palavras tenho idéias.
Quando te imagino distante,
com pensamentos em outros lugares
com a vontade em outro lugar,
tu chegas com teu sorrico maroto.
Quando começo a me sentir segura
certa do que não mais sinto,
coerente com minhas idéias e ideais,
vens perturbar a paz do meu retiro.
Se aparento tristeza, vazio, solidão,
tudo isso é meu muro, meu escudo,
minha defesa, meu modo de não sofrer.
O que é, também, esse sofrer?
Nada demais, tortura bitolada.
Poderia procurar outras pessoas,
outros sentimentos mas... para quê?
Até procuro, até quero pensar em tentar
" Bota um ponto. "
Tá vendo?! Nem o poema tu me deixas acabar em paz!
Agora, estou sozinha: posso continuar...
Disseste que chegaste a uma conclusão :
que deste mundo materialista em que nós
seres humanos cheio de várias coisas
(sentimentos, ideais, risos, estrelas etc.)
vivemos e, em alguns casos raros, existimos,
não levamos mais doque construímos.
Concluíste que só vale a pena viver
se vivemos admitindo o que sentimos
e o que sentimos é mais importante
que tudo aquilo que não levamos.
Aprendeste a lição.
Que adiantaria se eu dissesse?
És teimoso e queres aprender por ti mesmo.
Gostas de caminhar em areia sem marca.
Lembra, porém, que ser guiado
não tem o mesmo sentido de induzido.
Por mais corajoso que sejas (tenho minhas dúvidas)
ou queiras parecer,
temes entrar no túnel escuro,
o caminho negro que é a vida.
Se pensares que não há luz, não haverá.
Quando pensares "estou só"...
Pensa nas estrelas e te darei "forças"
Te espero no fim do túnel.
A vida é longa... Te enche de luz
e caminha de cabeça erguida.