sábado, 2 de maio de 2009

Legião Urbana e meus (quase) 40 anos.


Sou fã do Legião Urbana desde que eles arribaram aqui pelo Rio ... eu tinha 16 anos e juntei 2 semanas de lanche na escola (ficava filando dos outros rsrsr) prá poder comprar o primeiro ELEPÊ - é isso aí, LP, vinil, bolachão, etc.

O cenário nacional estava mudando, o rock estava começando a ser algo mais do que Rita Lee ( que foi e é soberana com suas composições de fino humor e sutil descaramento) e os jovens da minha geração estavam no meio de um dilema: a ditadura havia acabado há alguns poucos anos, nossos pais tinham passado por ela e nós també, embora com pouca consciência ( alguém lembra da censura na TV, que exibia um documento branco com o tipo de programa e as idades e etc? Aparecia antes de cada programa a ser exibido...) mas ainda com reflexos e medos do que ainda poderia acontecer.


Sou de uma geração de transição: nem vivemos nem ficamos muito distantes das questões políticas. Alguns professores faziam questão de nos alertar sobre o que havia acotecido em nosso país: "Educação, Moral e Cívica", OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e outras tantas.


Lembro que lemos " 1968, o ano que não terminou" e "Brasil nunca mais" em sala de aula. Nossa professora falava do AI5, DOI COD e DOPS como de velhos conhecidos.

Ao mesmo tempo em que tínhamos liberdade, vivíamos à sombra do que havia acontecido e quando o Legião Urbana começou a fazer sucesso com seu linguajar irreverente mas ao mesmo tempo com letras cuidadas e com significados libertários, bom, acredito que a minha geração conseguiu encontrar nessas letras o grito de expressão que nos faltava. Claro que alguns, mais polêmicos, acabaram virando os cara-pintadas que tiraram Collor do governo.
Mas, outras letras eram ( e ainda são) poesia pura, apaixonantes e para apaixonados.

Não sou fã de carteirinha, não sei muito sobre o grupo em si mas, outro dia percebi que nunca esqueci as letras das músicas dos LPS mais antigos... ao longo da minha trajetória fui conhecendo outros conjuntos e etc e acabei não acompanhando toda a discografia mas, quer saber, continuo sendo aquela adolescente que cantava junto no show feito no jockei club do rio e o que fizeram no via parque shopping (nakela casa de shows que a cada hora tem um nome rsrsr ).


Apresentei o Legião pro meu irmão, mais novo que eu 10 anos. Aliás, fui ao segundo show prá levar o moleque especificamente (ficamos 1 hora engarrafados para chegar no estacionamento do shopping).

Outro dia tava futucando o micro dele e descobri que o danado tinha toda a discografia do Legião em mp3 ... ao longo dos anos ele foi colecionando, convertando e etc e compilou um arquivo um único. Ficou com mais de 1GB rsrsrs. É muita música, mesmo ! Sem contar as peças raras, tipo, shows na rádio Cidade e na Transamérica... shows com Paralamas ...


Enfim, vou fazer 40 anos no próximo ano.


E não consigo me sentir em com 39. Continuo sendo, por dentro, a adolescente que gosta de Legião, que olha o telefone esperando que ele toque, que atende esperando que seja akela pessoa especial e, mais importante, que treme quando beija na boca.


Pois é. Aos 39 anos e ainda fico com frio na barriga ao beijar, como se cada beijo fosse o primeiro e como se o mundo parasse de girar.

Vai entender.

Por hoje é só. Qualquer hora eu volto.


Ah, dá um pulo no site do legião - quem sabe algum dia eles lembram e colocam no ar?