segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Alguma poesia

As coisas que a gente faz, as besteiras, o ridículo, o mundo de irracionalidades. Tudo porque os hormônios atrapalham nosso raciocínio lógico.

A gente diz coisas, faz ou deixa fazerem. E agimos como se tudo fosse normal, tudo estivesse na mais perfeita ordem. Mas, não está. E não admitimos simplesmente porque é mais fácil deixar as coisas como estão e ver aonde vão dar. Pura covardia. E se tivessemos que escolher um caminho, eles seriam paralelos, mais uma vez. Nunca encontrando, nunca aproximando, sempre mantendo distância.


AS SEM RAZÕES DO AMOR
Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo bastante
ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
nem se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

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